Estima-se que entre 1 milhão de adultos do hemisfério ocidental, 20.000 tenham anomalias nos músculos esqueléticos como conseqüência da ingestão de álcool. Estudos revelam que nestes casos ocorre uma fraqueza progressiva,
afetando predominantemente os músculos da coxa, ombro e quadris, e uma atrofia das fibras do tipo II ou de contração rápida. Na literatura consultada não foi observado relato do que acontece com os músculos da mastigação,
por isso este estudo foi desenvolvido com o intuito de observar se as fibras de contração rápida do músculo digástrico apresentam alterações semelhantes às que ocorrem nos músculos do tronco e membros. Para tanto,
amostras dos músculos digástrico e reto do abdome foram retiradas de cinco animais de cada grupo Controle (C), Alcoolizado (A) e Isocalórico (I). As amostras foram submetidas às reações de m-ATPase (com pré-incubações ácida
e alcalina) e NADH-TR, para a classificação das fibras de acordo com os resultados obtidos nestas reações em FG (fast-twitch-glycolitic), FOG (fast-oxidative-glycolitic) e SO (slow-oxidative). Os resultados mostraram uma diferença significativa,
na área das fibras dos tipos FG e FOG, entre os grupos estudados no músculo digástrico e na área das fibras do tipo FG no músculo reto do abdome; uma diferença significativa na freqüência das fibras dos tipos FG e FOG no músculo
reto do abdome. Baseando-se nestes resultados, é possível concluir que o etanol produz uma atrofia nas fibras de contração rápida dos músculos da mastigação, semelhante à dos músculos do tronco, mas com
um coeficiente de atrofia diferente.
PALAVRAS-CHAVE: tipos de fibras; músculos da mastigação; músculo digástrico; alcoolismo; rato |